A hanseníase é uma das doenças mais antigas da história, conhecida por séculos com o nome de “lepra”. Apesar de ser amplamente estudada e tratável, ainda é cercada por mitos e estigmas. Muitas pessoas desconhecem que a hanseníase tem cura e que o diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações. Neste artigo, vamos explorar o que é a doença, esclarecer os mitos mais comuns e reforçar a importância da conscientização.
O que é a hanseníase?
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Essa bactéria afeta principalmente a pele, os nervos periféricos, o trato respiratório superior e os olhos, podendo levar a lesões graves e irreversíveis, especialmente em casos avançados.
Os sintomas incluem manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele, dormência em áreas específicas, fraqueza muscular e nódulos. Muitas vezes, os sinais iniciais são ignorados, o que permite que a doença progrida.

É importante destacar que a hanseníase não é altamente contagiosa. Sua transmissão ocorre através de gotículas respiratórias, em contato próximo e prolongado com uma pessoa não tratada. Por isso, abraços, toques e beijos não transmitem a doença.
Hanseníase tem cura?
Sim, a hanseníase tem cura! O tratamento é realizado com a poliquimioterapia (PQT), uma combinação de medicamentos fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil e por programas da Organização Mundial da Saúde (OMS) em todo o mundo.
A PQT é extremamente eficaz, e o tratamento interrompe a capacidade de transmissão da doença após as primeiras doses. Além disso, ao ser diagnosticada precocemente, é possível evitar as sequelas permanentes que podem surgir, como deformidades físicas e comprometimento nervoso.
A OMS estima que milhões de pessoas já foram curadas graças à ampla disponibilidade desse tratamento. No entanto, é fundamental que as pessoas procurem atendimento médico ao identificarem sintomas suspeitos, já que a hanseníase pode passar anos sem manifestações evidentes.
Hanseníase tem cura quando tratada corretamente. Essa mais do que uma afirmação: é uma realidade que precisa ser amplamente divulgada.
Mitos e verdades sobre a hanseníase
- Hanseníase é altamente contagiosa?
Isso é um mito e um dos maiores equívocos sobre a doença. A hanseníase exige contato próximo e prolongado para ser transmitida. Além disso, uma vez iniciado o tratamento, a pessoa não transmite mais a doença. Esse mito alimenta o estigma, afastando as pessoas do diagnóstico e do tratamento. - Pessoas de alta renda podem contrair a doença?
Essa é uma verdade. Embora fatores como condições precárias de higiene possam aumentar a exposição, a hanseníase pode atingir qualquer pessoa, independentemente de classe social. A disseminação desse mito é prejudicial, pois impede que pessoas fora do perfil “típico” reconheçam os sintomas e busquem ajuda. - Toque ou abraços transmitem hanseníase?
Esse é outro mito. Não existe risco de transmissão por contato casual. Isso significa que gestos de carinho, como abraços, não propagam a doença. Campanhas de conscientização, como as realizadas pela Fiocruz, têm sido fundamentais para desmistificar essa ideia. - Hanseníase tem cura?
Aqui está outra verdade. Desde 1980, a doença é tratada com a Poliquimioterapia (PQT), que combina três medicamentos (rifampicina, clofazimina e dapsona). O tratamento é altamente eficaz e, quando administrado corretamente, cura a doença e interrompe sua transmissão. - Hanseníase é contagiosa mesmo após o tratamento?
Esse é outro mito. Após a primeira dose da Poliquimioterapia (PQT), que é um medicamento muito eficaz, a pessoa deixa de transmitir a doença. - Hanseníase não causa dor?
Depende. A hanseníase nem sempre causa dor. Muitas vezes, a perda de sensibilidade em áreas afetadas impede que a pessoa sinta dor, o que pode levar a ferimentos e queimaduras sem que percebam. No entanto, dores nos nervos periféricos e membros podem ocorrer.
O papel da conscientização na erradicação da hanseníase
A erradicação da hanseníase não depende apenas de avanços médicos, mas também de ações de conscientização. Campanhas educativas são cruciais para reduzir o estigma e encorajar as pessoas a buscarem diagnóstico precoce.
Iniciativas como palestras, distribuição de material educativo e inclusão de informações sobre hanseníase em currículos escolares têm mostrado resultados positivos. No Brasil, esforços do Ministério da Saúde e de organizações como a Fiocruz vêm promovendo a conscientização e o combate ao preconceito.
É importante lembrar que o estigma associado à hanseníase muitas vezes impede as pessoas de procurarem tratamento, perpetuando o ciclo da doença. Por isso, cabe a todos nós disseminar informações corretas e acolher quem busca ajuda.
Conclusão
A hanseníase tem cura, mas o desconhecimento sobre a doença ainda é um grande obstáculo. Muitos mitos e estigmas dificultam o diagnóstico precoce e o tratamento, aumentando o risco de sequelas e propagação. Por isso, campanhas como o “Janeiro Roxo”, ajudam a espalhar informações corretas e combater os estigmas.
Ao buscar e compartilhar informações confiáveis, podemos contribuir para erradicar o preconceito e garantir que mais pessoas sejam curadas. A hanseníase é uma doença que podemos vencer, mas o primeiro passo é espalhar a verdade: com tratamento adequado, a cura é não só possível, mas garantida.
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